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Reajuste da conta de água deve ser menor que o pedido pela Corsan

Deni Zolin

Foto: Janio Seeger (Arquivo Diário)

Até o final deste mês, deverá sair o percentual de reajuste das contas de água da Corsan previstos para valer a partir de julho, mas o índice deve ficar bem abaixo dos 25% pedidos inicialmente pela estatal. Ontem, durante audiência pública na Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado (Agergs) para tratar da revisão dos valores, a Corsan admitiu que o pedido inicial impactaria demais nos valores pagos pelo consumidor e pediu 13,5%. Mas conselheiros da Agergs estão avaliando o caso e sugeriram 7%. O caso ainda está sob análise e não há definição do percentual a ser aprovado.

A procuradora do município de Santa Maria, Rossana Boeira, participou da audiência e questionou vários itens que estão na planilha de custos da companhia, como R$ 114 milhões em indenizações trabalhistas e um valor elevado de patrimônio imobilizado da Corsan, que representa em 35% do custo da tarifa, pois é levado em conta de que a companhia deve cobrar valores para ser compensada pelos investimentos feitos. Porém, Rossana diz que não há certeza sobre se esses valores apresentados estão corretos e se já não foram pagos no passado, até porque a Corsan vai contratar uma consultoria para contabilizar esse patrimônio.

Corsan pede reajuste de 25,7% na tarifa da água

- Eles citam valores bilionários em ativos, mas muita coisa talvez a gente já pagou. Tem vários custos que se tornaram operacionais por ineficiência ou situações que não cabe julgar, mas também não cabe (o consumidor) pagar. Não falo em desvios, mas falta de eficiência por planejamento. Eu fiz a defesa de que a gente precisaria do sistema misto, porque do jeito que eles colocam, eles computam todo o custo e repartem para as pessoas pagarem. Não há incentivo à eficiência, à economia e à austeridade. Dei exemplos concretos de provas de que eles (Corsan) não são levados a economizar nada e qualquer coisa é repassada à tarifa. A gente sugeriu um sistema misto, que seria o custo que é calculado, mas teria também um fator de eficiência. A ideia é que, se a companhia não se tornar mais eficiente, ela tem um prejuízo, porque o fator de eficiência vai reduzindo o percentual de reajuste da tarifa - afirmou Rossana.

A procuradora diz que pediu à Agergs que não autorize reajustes para a conta de água em Santa Maria sem, antes, consultar a prefeitura. Em anos anteriores, o município nem era consultado. Esse exemplo revela como, muitas vezes, as tarifas cobradas da população são calculadas sem o devido critério.

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